terça-feira, 6 de novembro de 2007

ENTRE A ORALIDADE E A ESCRITA UM CONTÍNUO TIPOLÓGICO

Muito já se discutiu a respeito das particularidades da oralidade e da escrita, as quais, a partir de comparações grosseiras, eram concebidas ou como sendo uma a transcrição da outra, ou sendo duas modalidades da língua que se distinguem por completo.
Venho defendendo que há mais semelhanças do que diferenças entre essas duas modalidades lingüísticas, apesar de cada uma delas possuir características que as particularizam.
Tais semelhanças se evidenciam quando os resultados de cada modalidade são dispostos num continuum tipológico.
De fato, há gêneros tipográficos da oralidade que se assemelham a gêneros tipográficos da escrita e tantos outros da escrita que se assemelham a da oralidade, assim como há tipos de cada uma das modalidades que se afastam dos seus respectivos protótipos, tendo em comum apenas o fato de ser ou do gênero oral ou do escrito.

A proposta de Marcuschi

Marcuschi (1995) também já se preocupava em analisar as formas textuais num contínuo tipológico, embora nesse texto a sua preocupação principal tenha sido com a contextualização e explicitude na relação entre a fala e a escrita, principalmente para demonstrar a inconsistência da dicotomia contextualização X descontextualização, defendida por Tannen (1982b).
Nesse trabalho de Marcuschi, surge, pela primeira vez provavelmente, o termo “continuum” tipológico que foi sugerido por Biber (1988), para quem na comparação entre a fala e a escrita devem-se considerar seis dimensões significativas de variação lingüística e a relação entre os gêneros respectivos a cada um deles e o contínuo tipológico nos usos lingüísticos, evitando comparações dicotômicas, baseadas apenas em textos prototípicos de cada modalidade. Desta forma, não se pode conceber que qualquer caracterização lingüística ou situacional da fala ou da escrita se efetive em todos os gêneros orais ou escritos. No contínuo tipológico, há gêneros orais e escritos muito semelhantes (conferência−artigo acadêmico, conversa entre amigos−carta familiar, entre outros) e outros muito distintos (bate-papo−artigo acadêmico ou um seminário−bilhete). Isto ocorre porque não há homogeneidade na relação oralidade/escrita.





"A minha vontade é forte, mas a minha disposição de obedecer-lhe é fraca".


"O amor é grande e cabe nesta janela sobre o mar. O mar é grande e cabe na cama e no colchão de amar. O amor é grande e cabe no breve espaço de beijar".


"Perder tempo em aprender coisas que não interessam, priva-nos de descobrir coisas interessantes".


"Ninguém é igual a ninguém. Todo o ser humano é um estranho ímpar".

"A educação para o sofrimento, evitaria senti-lo, em relação a casos que não o merecem".